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domingo, 11 de novembro de 2012

Pedro...

Meu nome e Cintia sou de BH tenho 34 anos sou casada com o Emerson, tenho duas filhas a Bruna de 18 e a Mariana de16 anos.Não pensava em ter mais filhos,estava vivendo um problema muito grande com meu marido no ano passado ele estava com depressão e bebendo muito se degradando mais a cada dia,pensei até que nosso casamento havia chegado ao fim,no meio dessa turbulência toda em novembro de 2011 descobri que estava gravida,entrei em pânico,em desespero mesmo,como trazer ao mundo um filho no momento tão complicado quanto aquele?No começo não me aceitava gravida de jeito nenhum,me achava velha,tinha vergonha de sair na rua,tinha vergonha de falar com as pessoas que estava gravida.Mas aos poucos as coisas foram se acalmando,meu marido estava super feliz,há muito tempo ele queria ter outro filho,dizia que as meninas estavam crescendo e a casa ficando sem graça,ele se tornou outra pessoa e aqueles problemas do passado acabaram.Tudo ia bem,ele começou a reformar um quarto vago que tinhamos,fazia tudo com muito capricho e satisfação,eu voltei a bordar(hobby antigo que estava esquecido)e dei inicio ao enxoval.Começei o pré natal,fiz todos os exames,02 us e tudo corria normalmente,aguardava o dia do morfologico com um certo receio,um medo,já que diziam que esse exame era bem completo e esse dia chegou:16 de abril de 2012,segunda feira,entrei na sala de exame muito nervosa e um medo sem explicação.Começou o exame e de cara a médica disse que algo  havia errado comigo,me lembro dela falar em alto risco,na hora pensei que teria que fazer repouso ou coisas desse tipo,o nervosismo aumentou muito,começei a chorar antes mesmo de saber o que realmente acontecia foi quando ela disse exatamente assim;sua gravidez vai evoluir para o óbito,eu era oligodramnio,os rins do meu bebê não funcionavam,eram policisticos,incompativel com a vida humana.Passei a fazer acompanhamento com especialista em medicina fetal que nada podia fazer pra me ajudar,minha saúde fisica era ótima,não corria nenhum risco e a única coisa a fazer era esperar.Os medicos diziam que minha gravidez podia chegar ao fim a qualquer momento,a cada novo us minha esperança de um milagre se renovava sendo destruida todas as vezes que o prognostico se confirmava,começei a pesquisar tudo sobre o problema(foi quando descobri seu bog)mas,infelizmente tudo que eu lia só me desanimava.A cada consulta e us minha agonia aumentava,era só desepero,me isolei em casa,evitava ao maximo sair nas ruas,simples perguntas como se o meu bebê já tinha nome me matava,já que nâo sabiamos sequer o sexo,pesquisando descobri que havia grandes chances de ser menino.Ter a certeza da morte do meu bebê,me atormentava todo o tempo,não pude fazer enxoval pro meu bebê,a unica vez que entrei em uma loja de enxovais foi pra comprar a roupinha que iria enterrá-lo!Foram 04 meses desde o us ,04 meses de noites sem dormir,de pesadelos,muitas lagrimas com a contagem regressiva e o dia chegou.No ultimo dia 29 de julho fui pro hospital perdendo sangue e me internei,não tinha contrações e apenas 02 cm de dilatação, pedia a medica plantonista pra me subimeter a uma cesariana.pois eu tinha muito medo do que ia acontecer,mas ela sabiamente negou e me colocou na indução,foi muito sofrimento,o trabalho de parto durou cerca de 10 horas,só havia eu no pre parto,nem parecia maternidade,fiquei todo o domingo esperando,meu marido não saia de perto de mim.As 19 horas fui levada pro bloco,a medica temia em deixar meu marido assistir, temia pelas condições fisicas do bebê(eu ja sabia desses riscos,sabia que ele podia nascer deformado,sabia que o bebê podia não resistir e morrer antes mesmo de nascer).Foram longos 25 minutos até eu ouvir seu chorinho,e eu exausta,perguntava quase sem fôlego o que era, se menino ou menina,foi quando meu marido disse emocionado que era menino,nosso PEDRO,mal pude vê-lo e ele foi pro CTI neo natal,mais tarde fui até lá conhecê-lo melhor,era dificil pegá-lo no colo,ele estava todo entubado e muito cansadinho,não abria os olhinhos,nós chorávamos sem parar,eu pedia a ele que ficasse comigo,que ele seria nosso principe.mas não tinha jeito,a pediatra dizia que ele estava muito cansado e aos poucos seus órgãos iam falir no decorrer da noite,era inevitável.No outro dia pela manhã fomos ao cti vê-lo mas não pudemos entrar,disseram que estava sendo feito um procedimento e quando possível nos chamariam,voltei pro quarto,dormi um pouco.As 10 horas me sentei na sala de espera do quarto e de repente me deu uma crise de choro muito forte,meu marido veio me chamar,era pra irmos ao cti,quando eu vi duas medicas vindo ao meu encontro juntamente com uma se identificando como psicóloga entrei em desespero,meu filho tinha me deixado as 10:30.Hoje eu agradeço pela medica ter insistido no parto normal,pois assim pude ficar um pouco com meu Pedro vivo e pude acompanhar toda a sua despedida até o fim.Ainda no hospital logo após seu falecimento a psicóloga me perguntou se eu queria vê-lo e pegá-lo no colo,entrar no cti e ver ele ali coberto doeu demais,pegar ele morto ainda quentinho no colo foi a dor mais horrorosa que já senti na minha vida,dizer" Vá com DEUS meu filho" no momento de fecharem o caixãozinho dele foi a frase mais dificil que eu já disse.As vezes acho que tudo não passou de um pesadelo,mas quando me olho no espelho vejo que é verdade,pois o sofrimento por ter perdido meu bebê está estampado em meu rosto,me tornei uma pessoa triste e rancorosa,sei que ninguem é responsável,mas eu me sinto culpada,culpada por tê-lo rejeitado no começo e por ele ter sofrido tanto na minha barriga,ele foi gerado 9 meses na mesma posição,sentado.No atestado de óbito dele consta s´ndrome de potter,nunca tinha ouvido falar nessa doença,as minhas gestações anteriores foram tranquilas e normais.Nós só damos valor ao que temos quando perdemos,eu nunca quis ter mais filhos,achava que não tinha espaço na minha vida pra mais filhos,ainda mais se fosse menino.

Hoje sinto tanta falta do meu menino,hoje falta um pedaço de mim que nunca mais vai ser preenchido!Sinto muita saudade dele,saudade de tudo o que eu não vou viver com ele.Todos os dias olho pra sua foto e peço que ele me perdoe e cuide de mim!
Carol,muito obrigada por esse espaço,assim vemos que não somos as únicas com esse problema,uma doença que ninguem te explica direito o que é,tudo o que eu sei sobre sindrome de potter foi investigando na internet,me senti muito desamparada.Um beijo grande pra você e pra sua linda Cecilia!

***Postagem feita por Carol, respeitando o texto enviado pela mãe.

3 comentários:

  1. oi amiga conheço bem a sua dor, estavamos passando pelo mesmo problema ao mesmo tempo sou mãe da Maria Aparecida, também teve rins policisticos, fiquei feliz em saber q vc teve filhos saudáveis, pois esta doença é genetica, quero muito ser mãe, meu msn é ivonetenorio@yahoo.com.br, adoraria conversar com vc, meu nome é Ivone.

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    1. MUITO OBRIGADA PELA ATENÇÃO,É MUITO DIFÍCIL,ESSA SEMANA FUI AO MÉDICO PRA TENTAR ENTENDER UM POUCO MAIS O QUE ACONTECEU,MAS O MÉDICO ME DISSE QUE NÃO HA NADA A FAZER.ELE DISSE "ACONTECE,BOLA PRA FRENTE"! SENTI COMO SE A VIDA DO MEU PEDRO FOSSE DESCARTÁVEL PRA ELE,SEGUNDO ELE EU JÁ TENHO 2 FILHAS PERFEITAS E ISSO JÁ É SUFICIENTE. CINTIA

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  2. Tenho bastante informação sobre esta doença, sou médica veterinária, isso me ajudou a entender a doença, principalmente por causa dos termos técnicos, se quiser informações e conversar sobre o assunto é só me add no msn ivonetenorio@yahoo.com.br. Bjs fica em paz

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Palavras de apoio, gotas de carinho. . .