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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

PRESENTE DE NATAL (postagem de Fabiana Pompeu)

Dia 11 de dezembro de 2013 recebi meu presente de Natal antecipado: a Giovanna chegou!!!
O Heitor ganhou uma irmãzinha!!! Para quem tem medo de tentar uma nova gestação fica o conselho: Tentem quantas vezes for necessário!!! Vale muito a pena! Sejam otimistas! Confesso que tive muito medo, mas isso é normal para quem perdeu um bebê com ARB. Nunca desistam do sonho de ser mãe!
Feliz Natal e um excelente 2014 para todas as mães e pais de anjos!!!
Obrigada pela companhia nesta caminhada, que já foi marcada por momentos ruins e hoje alegres! Assim, será com vcs também!
Bjss,
Fabiana, mãe do anjo Heitor e hoje da Giovanna.



Para finalizar, deixo esta mensagem que recebi hoje de uma amiga:

"Esse é meu presente de natal pra vc.

Um "presente" diferente, que o dinheiro não compra e que não é vendido nas lojas, mas um presente que só e unicamente podemos receber de quem realmente quer sinceramente nosso bem.

Meu presente pra vc é resgatar sempre o valor de que a verdadeira felicidade está escondida nas coisas mais singelas e sinceras.

É te lembrar que por maiores que sejam os problemas, a diferença entre os homens e os meninos, as meninas das mulheres será a maneira e serenidade com que irá enfrentá-los.

Sei que não temos controle para alterar os momentos ruins de nossas vidas, mas podemos aprender e escolher como enfrentá-los!

Parece utópico, mas a verdadeira sabedoria consiste em entendermos que tudo são escolhas e podemos sim escolher viver com mais leveza, com mais serenidade, com mais brilho, por maior que seja o tufão que esteja passando por nossas vidas.
Tudo é questão de aprender canalizar e direcionar sua energia para coisas boas! E isso que eu tento aprender todo dia...

Não nascemos sabendo, mas podemos aprender que escolher viver com mais serenidade e amor é o melhor jeito de encontrarmos a verdadeira felicidade: amor de verdade é aprendido!! felicidade é conquistada!! Paz interior é cultivada!!

Aprendemos amar aquilo que dedicamos tempo, cuidado, carinho e aí, viver com amor (e muito mais feliz) será uma questão de escolha e aprendizado e não de sorte!

Seus relacionamentos serão melhores e mais satisfatórios se vc aprender amar; seu trabalho será mais gratificante se vc desempenha-lo com amor; sua saúde emocional ficará íntegra se vc escolher viver com amor; seus problemas serão apenas uma fase se você entender que com amor é possível enfrentá-los de um jeito mais suave!

Não falo apenas de amor como sentimento dos apaixonados, falo de amor como sentimento importante e essencial em tudo que queremos fazer bem feito!

É o amor em lidar com as coisas que diferencia as pessoas comuns das extraordinárias e isso a gente vai aprendendo com o tempo... E isso quem nos quer bem nos lembra sempre que nossa visão não for capaz de enxergar!

Por mais que tenha sido um ano difícil, por mais que por diversos momentos vc tenha querido jogar tudo para o alto, por mais que vc tenha tentado afastar de vc as pessoas que gostam de vc por não saber lidar com vc mesmo, por mais que vc tenha desejado mais dinheiro, mais posses, mais bens, por mais que sua saúde não tenha sido a melhor, o meu "presente de natal" pra vc é lembrar que o essencial está escondido nos pequenos valores e se vc conseguir enxergar, um pontinho que seja desses valores, já vai surtir efeito meu "presente".

A verdadeira felicidade toca o coração e fica "escondida" dentro de nós. Raríssimas vezes a encontramos sozinhos, normalmente Deus coloca pessoas em nossas vidas que, de um jeito doce e sutil, nos colocarão no caminho dessa felicidade.

Essas "pessoas" são chamadas "amigos verdadeiros", "filhos", "pais", "amores". E por mais que errem, que muitas vezes nos decepcionem e quebrem nossos corações, às vezes só reconhecemos um verdadeiro valor pela "falta" dele.

Deus nos faz compreender o valor da paz, quando nos tira essa paz, e aí a raiva sentida vai mostrar que a paz é importante e que sem ela não podemos ser verdadeiramente felizes. E aí então nossa missão será buscar essa paz!

Compreenderemos o valor da admiração, quando não tivermos mais admiração por alguém que um dia sempre foi nosso herói ou heroína e aí, quando voltarmos a sentir admiração por alguém, reconheceremos que esse alguém é realmente importante e faz a diferença em nossa vida!

Deus vai ensinar a responsabilidade de nossas palavras impensadas quando o silêncio for a consequência desses atos. E aí aprenderemos a pensar mais antes de sairmos por ai falando tudo que vem em nossa cabeça!

Então, num dia como outro qualquer, entenderemos que a "falta" de algo também nos ensina a amar, também nos ensina a sermos melhores, também nos ensina que sempre é tempo de escolher ser melhor a cada dia!

Feliz daquele que tem alguém que nos lembre disso tudo. Alguém que sempre resgate o melhor que temos no coração, pois com certeza, assim, poderemos escolher e aprender ser mais e mais felizes a cada dia!

Sozinhos não somos nada! Sozinhos não evoluímos como seres humanos e por isso que algumas pessoas são realmente importantes...

Um excelente natal e que minhas palavras toquem seu coração de um jeito carinhoso.

Que vc seja feliz mais e mais a cada dia e que nunca perca a esperança de lutar por uma vida com mais amor! Lembre que vc pode escolher entre uma vida normal e uma vida extraordinária!

Infelizmente a maioria das pessoas vivem e morrem "normalmente" sem nunca ter conhecido o "outro lado", e infelizmente digo que nunca souberam o que é ser verdadeiramente feliz! Alegria de um momento não se confunde com felicidade!

E se vc teve o privilégio de enxergar que é possível escolher viver mais feliz, corra atrás disso! Vale a pena!

Feliz natal!

Um beijo no coração de cada um de vocês!!!"


***POSTAGEM FEITA POR FABIANA POMPEU.

domingo, 24 de novembro de 2013

A TRISTEZA PERMITIDA (Martha Medeiros)

"Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como? 

Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra. 

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra. 

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. 

Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas. 

“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia. 

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos."


***POSTAGEM FEITA POR CAROL

domingo, 1 de setembro de 2013

O anjo GABRIEL...

O anjo da minha vida: Gabriel.
Olá, eu queria muito contar minha história, que é triste também como todas as que eu li nesse blog. Me chamo Fernanda e me casei em 2009, queria muito ter um filho, mas as condições na época fizeram que eu adiasse esse sonho, mas em abril de 2011 fiquei grávida e confesso que fiquei muito preocupada com a noticia, claro que fiquei feliz, mas na hora que eu soube eu chorei muito, não sabia direito porque, mas senti meu coração apertado. Logo essa sensação passou e me senti muito feliz. Parecia que eu já sabia que não ia ser fácil.O começo da gravidez não foi fácil, eu enjoava a toda hora e pra piorar sentia cólicas e as vezes eu sangrava, o médico pediu repouso porque eu corria risco de perder o neném, fiz tudo certinho e na primeira ultrassom pude ouvir o coração do meu filho bater pela primeira vez, foi maravilhoso mas não conseguimos ver o sexo. Estava tudo bem comigo e com o neném, eu estava com 3 meses e me sentindo bem. Duas semanas depois o médico pediu outro exame, marquei e levei meu pai junto na esperança de conseguirmos ver o sexo do neném, mas para a nossa surpresa a notícia não foi boa, eu estava sem liquido amniótico e o médico viu que o neném tinha um cisto em cada rim, disse que eu tinha que ter uma gravidez mais assistida e me dispensou. Fiquei muito preocupada, nem sabia que existia uma coisa dessa, no mesmo dia eu consegui passar com um médico especialista de gravidez de alto risco, ele explicou por cima algumas possibilidades, todas ruins, mas não me apavorou. Fiz um outro exame com um outro especialista e esse disse que meu filho nem tinha rim, maldito nem sabia o que estava falando me deixando nervosa, mas ele sugeriu que eu fizesse uma ressonância magnética fetal. Nesse exame veio a noticia que mudaria minha vida, meu bebê tinha rins policísticos bilateral. Os rins cheios de cistos, muitos cistos. Meu médico me mandou pro Hospital da Clinicas ma esperança de haver algum tratamento, mas lá, o médico foi bem claro: " Há grandes chances, todas as chances desse neném morrer quando nascer, isso se ele não vier a óbito na sua barriga, se nascer, não vai chorar e se chorar não vai durar mais do que 2 horas". Nossa, nessa hora eu não soube o que fazer, mas respirei fundo e chorei. Não tive a chance de fazer enxoval , chá de bebê, nada. Levei a gravidez com muita tristeza, sentindo ele mexer muito a cada dia e a cada exame sempre engordando, era um bebezão. Eu cheguei a ter em minhas mãos uma carta pra levar ao fórum para pedir para interromper a gravidez, mas devolvi essa carta pro médico, decidi ir até o fim, mesmo triste, mesmo sabendo o que ia acontecer. Por pedido do médico eu tomava 7 litros de água por dia, comia muita melancia, ele disse que ajudaria aumentar um pouco o meu liquido, e parece que funcionou, num exame meu liquido tinha aumentado um pouco e o medico disse que seria uma esperança para os pulmões do bebê se desenvolver mais e pra ajudar ele me receitou uma injeção que eu tinha que tomar 2 vezes, ela ajudaria nos pulmões dele e um possível tratamento para os rins seria mais fácil com os pulmões funcionando bem, porque os pulmões precisam desse liquido pra desenvolverem. Tomei essas injeções, eu estava com 7 meses já. Duas semanas depois senti um liquido escorrendo, a minha bolsa estourou e o pouco de liquido que tinha formado eu tinha acabado de perder. Fui para o hospital, tomei muito soro e 3 dias depois de internada fizeram meu parto, uma cesariana. Fiquei muito preocupada, chorava muito, pois dentro de mim meu filho estava vivo, protegido, mas sabia que depois do nascimento dele as horas dele estavam contadas. Meu marido ficou comigo e ele foi o primeiro que viu, um menino lindo e grande, grande pra ser prematuro, na hora ele não chorou, mas depois pude escutar o choro mais lindo do mundo, um choro baixinho, calmo, demorou alguns minutos para me trazerem ele, mas finalmente eu pude vê-lo, como era grande, lindo demais, gordinho, realmente era um anjo. Mas foi muito rápido, levaram ele para a uti. Só pude ver ele no outro dia, o parto foi de noite, quando eu o vi, pude ver que ele respirava com dificuldade, estava cheio de aparelhos, entubado, mas os médicos que ficavam de plantão sempre falavam que era grave, que ele poderia não passar daquela noite, Começaram a fazer diálise nele e a respiração dele foi melhorando, teve uma melhora incrível. Pude ver ele com os olhos abertos, pude ver um sorrisinho dele, sempre segurava sua mão e ficava admirando tamanha beleza, não porque era meu, mas era lindo mesmo perfeito, ficava horas olhando pra ele. Tive alta e ia visita-lo todos os dias. O que o médico do HC falou nada aconteceu, ele nasceu, chorou, durou mais de duas horas. Ele viveu por 8 dias. No dia 7 de Dezembro de 2011, ás 16h, ele faleceu. Foi um guerreiro o meu anjinho. Ele se chamava Gabriel, foi uma promessa do meu marido colocar esse nome lindo. Foi muito triste ver minha mãe comprar a roupinha para enterrar o neto, enquanto muitos compravam roupa para levar o bebê pra casa. Ele teve velório, muitas pessoas foram conhece-lo, todos admiravam a beleza dele. Eu, mesmo com pontos da cesária, acompanhei tudo, a hora do enterro foi mais triste ainda, ver meu marido carregar o caixão nas mãos até o túmulo.Sofri muito, choro até hoje porque não consigo entender o porque, justo comigo, com o meu primeiro filho. Os médicos disseram que nunca viram um bebê com essa doença durar tantos dias, 8 dias, os dias que eu fiquei com ele, sem pegar no colo, sem trocar roupinha, só pude beija-lo depois de morto, mas agradeço muito por ter ficado esses dias com ele.Depois que tudo passou, mau marido e eu fizemos exames genéticos e descobrimos que a doença do meu filho era rins policísticos autossômico recessivo e temos 25% de chance de ter outro neném assim. Até hoje não tive coragem de engravidar de novo, quero muito ser mãe, mas não quero correr esse risco e passar por tudo de novo. Meu filho não teve a doença que citam neste blog, mas foi uma doença terrível também que eu nem sonhava que existia. Queria conhecer uma mãe que passou pelo o mesmo caso e que engravidou de novo mais vezes e que a doença não repetiu mais. Tenho fé em Deus que ainda serei feliz e realizarei meu sonho, ele conforta a todas nós que perdemos nosso filhos com doenças horríveis, e pude contar sempre com meu marido e minha mãe em toda essa historia.
Agradeço desde já a atenção de vocês. 
Um grande abraço a todas. 
Fernanda



***A POSTAGEM FOI FEITA RESPEITANDO LITERALMENTE O TEXTO ENVIADO PELA MAMÃE FERNANDA

domingo, 11 de agosto de 2013

Emmanuel...

No dia 18 de Setembro de 2012 dia em que completei 36 anos tive o segundo maior presente da minha vida, estava gravida pela segunda vez....
Que felicidade poder dar um irmaozinho (a) para o Rayan..
Passado alguns dias começaram o enjoos, aiiii como foi dificil esses enjoos pq na primeira gravidez eu tive privilegio de nao precisar cozinhar pegava marmita, mas agora com filho pequeno em casa jamais faria isso com ele, a alimentaçao dele sempre foi muito importante.
Como morava no japao comecei o pré natal e de cara a medica ja me avisou que como eu tinha uma cesarea teria q fazer de novo. Não gostei pelo fato de ter um filho pequeno e ele precisa de mim, meu marido tambem precisa e outra cesarea so dificultaria... Entao pensei em levar minha mae para me ajudar e ficar conosco por alguns meses, mas (sempre tinha o MAS) ai batia a vontade de vir embora e ter o bebê no brasil, queria muito o parto natural, batia medo e preocuaçao nao queria ficar internada uma semana, e pensando q teria q ficar longe do meu filhote todo esse tempo me fazia ficar estressada irritada, eu estava feliz com minha gestaçao, queria muito esse bebezinho que tava crescendo dentro de mim.
A cada consulta de pré natal uma alegria...
Com 18 semanas meu bebezinho ja estava chutando que era uma maravilha, que delicia sentir esse pequeno ser mexendo cada dia mais dentro de mim.
Até que um dia, ou melhor no dia 25 de Dezembro de 2012 dia de Natal na hora da consulta a medica disse assim, vamos fazer um exame bem detalhado para ver se nao tem risco de parto prematuro.... Juro que gelei, me deu um frio na barriga, uma sensaçao estranha como se ela estivesse vendo algo errado ( mas claro ela nem fazia ideia, era coisas de rotina).
Ao fazer o ultrason ela viu que o liquido aminiotico havia diminuido e teria que fazer repouso...
Bom até ai tudo bem neh, li bastante pesquisei e vi que nao era um absurdo... pedi para a Lucia (babá do meu filho) ficar com ele e me trazer a noite assim eu ficaria o dia todo deitada e bebendo muita água.
Passado os tres dias voltamos na medica e ela repetiu o exame so que desta vez mais detalhado, e ao teminar disse que nao estava achando os rins do bebê e que o liquido estava diminuindo mais e pediu para eu esperar pois ia passar com a medica chefe para ter certeza do diagnostico.
Nessa hora falei para meu marido que aceitaria tudo, que me internassem que eu faria repouso absoluto mas que meu bebê estivesse perfeito e pudesse viver.
A medica nos chamou novamente e disse que o bebê nao tinha os rins e que sua vida fora do utero era impossivel....COMO ASSIM IMPOSSIVEL? ela disse que deveriamos marcar para fazer um aborto ja que eu estava com 20 semanas.... Eu olhei pra ela e disse... Quais as chances do meu bebe sobreviver? Existe algum tratamento? é meu filho eu faço qualquer coisa por ele, tem como doar meus rins?
Ela disse que nao tinha nada que pudesse ser feito e que ele morria antes de nascer ou logo após o nascimento, que era melhor fazer o aborto.... Peraí aborto? Matar alguem ? Mas e o coraçao ainda bate?  Sim bate ele esta desenvolvendo normalmente só nao tem os rins....
Entao enquanto o coraçao dele bater eu vou continuar com ele, quem me deu é que tem o poder de tira-lo de mim, e ele vai nascer...
Mas ele vai morrer disse a medica...
Tudo bem mas vai nascer, eu vou levar a gravidez ate o final e mesmo que eu pegue ele no colo nem que seja por um minuto apenas eu vou segurar porque ele vai nascer e viver o tempo que Deus permitir.
Ela abaixou a cabeça e pediu desculpas.
Fomos embora eu soluçava de tanto chorar, queria muito esse bebê.
Cheguei em casa e perguntava pra Deus porque? porque disso acontecer comigo, porque sendo que eu sempre quiz ser mae... Isso nao era justo
Me isolei, nao falei com ninguem, me escondi em casa nao queria ver as pessoas tinha medo delas me perguntarem sobre o bebê e eu ter uma crise de choro e nao conseguir falar...
Teve um dia que fui ao mercado e me escondi das pessoas, nao queria ver ninguem, parecia que ao me olhar estavam vendo o que havia dentro da minha alma, dentro do meu coraçao....
Porque teria que ser assim? Porque eu a escolhida? Meu bebê precisava de uma mãe que o ajudasse a seguir seu caminho, a concluir seu destino....
Foi entao que resolvemos vir embora para o Brasil, na esperança que tudo estivesse errado, que haveria uma chance dele sobrebiver
Viemos embora e passei com um medico de alto risco, um grosso que me deixou mais p baixo, mas como sou RH negativo tenho q tomar uma vacina e fui encaminhada a maternidade da minha Cidade, la conheci uma enfermeira maravilhosa do alto risco e perguntei como era, ela com tanto carinho me perguntou o diagnostico e expliquei, ela perguntou se eu sabia o q ia acontecer com meu bebe e respondo que sim, foi entao que ela me convidou a passar com o medico de alto risco dali, era tudo pelo SUS e disse que eu teria o melhor acompanhamento para a minha gravidez... Desconfiei mas gostei tanto dela q resolvi tentar.
Logo na primeira consulta com o medico que é professor universitario ele foi tao amavél, tirou tantas duvidas que eu e meu marido saimos de lá com esperanças e com o coraçao leve, ele nunca nos deu esperança e também nao tirou.
Decidi neste momento viver da melhor maneira possivel para que meu bebe sentisse o amor que tinha por ele, chorei tive crises de desespero mas tambem sorri, dancei brinquei com ele, eu passava a noite acordada brincando com minha barriga, eu dizia que o amava tanto e que queria muito q nao fosse verdade o que iria acontecer...
Bom fui fazendo o pré-natal normalmente e o medico sempre me dizendo que talvez minha gravidez nao chegasse ate o final e eu perguntei na possibilidade de um parto natural e pra minha surpresa ele disse você nao só pode como deve tentar, me animei fiquei radiante e feliz pois ia realizar nele o sonho de parir... Eu ja sou mae de um menino de 2 anos e como foi cesarea  pq estava pelvico e queria muito o parto normal..... O medico me explicou que meu bb estava pelvico, ( pelo que li acho que a grande maioria dos bebes com agenesia estao pelvicos) e perguntei como seria, ele disse que eu poderia sim tentar o parto mesmo assim, e  busquei o maximo de informaçao sobre parto de bebe sentado, e nao desisti.....Quando completei 38 semanas e 2 dias começaram as contraçoes eu nao conseguia dormir, passei a noite entre cochilos e contraçoes, marcava o tempo e tentava dormir, quando foi 6 da manha fui p o chuveiro onde elas aumentaram... Levei o Rayan para ficar com a avó ja era 12:00 e fui p maternidade com meu marido e minha irma.
O medico me examinou e disse q meu bb estava sentado e ja estava com 4 cm de dilataçao que eu poderia tentar o parto natural.... Foi ai que perguntei se ele sabia assistir um parto pelvico pq muitos medicos nem cogitam assistir e ja partem p a cesarea.... Ufa que alivio ele disse que era tranquilo...
Me internaram e o trabalho de parto foi seguindo naturalmente, que dor rsrs nao sabia lidar com ela, fiquei horas no chuveiro e quando a enfermeira pediu p eu deitar o medico fez o toque e ja estava com 7,5 de dilataçao, mas a dor estava muito forte e eu nao conseguia fazer as respiraçao entao me deram uma injeçao para diminuir a dor.... Quando chegou a 9 cm de dilataçao o medico veio e perguntou onde eu queria ter meu bebe, me deu opçoes de ter na sala de parto, ali no quarto ou fazer uma cesarea, eu poderia escolher o que quisesse e a dor era tanta q eu ja estava pedindo a cesarea, mas meu marido e minha irma conseguiram me tirar o foco da dor e disseram tenta normal pq vc aguentou e agora vem a parte mais tranquila.... Foi quando decidi ter meu bebe ali mesmo no quarto.
Fiz força apenas e logo saiu o bumbum e mais uma vez saiu a cabeça, foi tao rapido, tao intenso, tao maravilhoso que repetiria um milhao de vezes se pudesse... O Emmanuel nasceu lindo perfeito, abriu os olhos e chorou baixinho e ja pedi p o medico me entregar ele, foi quando ele veio e nos despedimos eu disse pq meu filho tem q ser assim eu te amo tanto, abençoei e nos despedimos.... Emmanuel nao sofreu como muitos bebes, ele partiu logo seu caminho era curto, me arrumaram antes da placenta sair e entao entrou nossa familia o quarto se encheu, todos pegaram o nosso anjo, abençoaram ele e se despediram.... Nao chorei, nao consegui nao queria perder um momento sequer daquele momento maravilhoso e tao triste ao mesmo tempo, queria guardar o maximo de lembrança do meu anjo na memoria e no meu coraçao.....
Emmanuel nasceu de parto natural pelvico no dia 11 de Maio de 2013 as 21:22 hrs e partiu minutos depois.. Enterrei meu filho no dias das mães, nao fui no enterro,nao queria a imagem dele num caixao.... Guardo comigo o momento mais lindo que foi vê-lo de olhos abertos...
Aleph Emmanuel Tagata meu eterno anjo!!!
Agradeço a vc que criou esse blog pois aqui pude compreender a dor de uma mae e me preparei p o que me esperava...


***POSTAGEM FEITA RESPEITANDO LITERALMENTE O TEXTO ENVIADO PELA MAMÃE JANAÍNA

terça-feira, 9 de julho de 2013

Filho Preferido...


Certa vez perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido,
aquele que ela mais amava.
E ela, deixando entrever um sorriso, respondeu:

"Nada é mais volúvel que um coração de mãe.
E, como mãe, lhe respondo: o filho predileto é
aquele a quem me dedico de corpo e alma...
É o meu filho doente, até que sare.
O que partiu, até que volte.
O que está cansado, até que descanse.
O que está com fome, até que se alimente.
O que está com sede, até que beba.
O que estuda, até que aprenda.
O que está com frio, até que se agasalhe.
O que não trabalha, até que se empregue.
O que namora, até que se case.
O que casa, até que conviva.
O que é pai, até que os crie.
O que prometeu, até que se cumpra.
O que deve, até que pague.
O que chora, até que cale.

E já com o semblante bem distante daquele sorriso, completou:
O que já me deixou...

Até que o reencontre..."
(Erma Bombeck)


(Com um carinho especial para a Ly Mello)


terça-feira, 11 de junho de 2013

AUSÊNCIA...


UM AUSENTE
(Carlos Drummond de Andrade)



Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste..."


sábado, 1 de junho de 2013

Não tenho medo da morte... (por Marcela Oliveira, mãe do Lucca)

Não tenho medo da morte. Tinha... e muito.
Acredito que todos já passaram por esta reflexão... como é morrer? E será que morremos mesmo? Será que enterramos nosso corpo com tudo e ali permanecemos, ou, algo nos acontece antes e nossa alma se separa? Assunto complicado, não é?! Envolve crenças, religiões diferentes; mas no final, é tudo a mesma coisa - não há certeza. Porém se não nos apegarmos há algo e acreditarmos fielmente, enlouquecemos. Ninguém vive sem aceitar uma realidade, ainda que haja divergências.
Antes do Lucca, (acho que agora minha vida se resume em antes e depois do nascimento do meu anjinho) tinha aflição até em tocar no assunto. Pois se acreditamos no bem, temos que acreditar no mal, se temos a vida um dia teremos a morte. É, não era um assunto que eu"curtia" muito. A questão era: como eu vou morrer? Será que vai doer? Vai ser cruel ou vou estar dormindo? (...) Depois do Lucca, este tema tem se feito tão presente nas minhas conversas do dia-a-dia que me ponho em provação o tempo todo. Como posso ter medo de morrer se meu bebê lutou pela vida por duas horas sem ninguém poder fazer nada, pois infelizmente, esse era o seu destino. Com toda certeza, essa é a parte da história que mais me lamento.
Passamos tanto tempo reclamando da vida, mas com medo da morte... Acredito que vou viver, por viver este momento, agradecer por ter sido escolhida pelo Lucca e tudo que ele me ensinou. Vou ter outro filho ou filhos rsrs, e aí sim poderei sorrir novamente. Pois quando o segurei gélido, é que percebi o que é não ter vida e pude sentir que meu bebê não estava mais ali. Não tenho medo da morte pois na minha crença eu aguardo pelo dia que verei seus olhos brilharem por mim novamente, em um outro lugar. Sei que independente da dor que sentiu, agora ele brinca no colo de Jesus. Então, como mãe, tenho este pensamento: Posso aguentar a morte que Deus escolher para mim, independente do quanto doa; jamais será maior que a dor do Lucca antes de partir. E se um bebê tão indefeso foi capaz de tamanha força, nada será maior do que o que senti por ele.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Lucca... Um anjo enviado para a mamãe Marcela!

Meu nome é Marcela e como muitas, não planejei minha gravidez, estava namorando a pouco tempo e em menos de dois meses de namoro descobri que estava grávida, no dia 01/10/12 já estava com meu positivo na mão, confesso que relutei por várias vezes em abrir o exame, pois estava pouco tempo com o Marcos, e estava com um pouco de medo do que as pessoas iriam pensar a respeito de ter engravidado em tão pouco tempo, mais para a minha surpresa, meus pais ficaram muito felizes em saber da minha gravidez, eu e o Marcos à partir de então, resolvemos não nos preocupar com a opinião dos outros. Já estava de 8 semanas, então resolvemos marcar a primeira consulta para poder dar início ao pré-natal, a consulta foi marcada para o dia 16/10, porém um dia antes eu tive um sangramento e as pressas fomos eu, minha mãe e o Marcos ao hospital, depois de algumas horas, o médico disse que meu útero estava fechado, mais que possivelmente minha placenta estava baixa, fiz um ultra de emergência e de fato ela estava baixa mesmo, mais o bebê estava bem, pequenino, mais o coração já batia forte, sai do consultório radiante de tanta alegria. Estava ansiosa pelo próximo ultrassom, queria ouvir o coraçãozinho do meu bebê novamente, no próximo ultra com 12 para 13 semanas ainda tudo estava bem, minha surpresa veio com 16 semanas quando fui ansiosa para saber o sexo do bebê e o médico me veio com a notícia que meu líquido havia diminuído, falei com a minha médica e ela pediu para que eu não me preocupasse e assim fiz, o próximo ultrassom seria o morfológico, fiz em minha cidade mesmo, mais a médica veio me dizendo que o líquido teria diminuído severamente e que caso continuasse assim meu bebê não sobreviveria mais do que 7 meses, saí de lá desesperada, aos prantos e depois de conversar com a minha médica, ela me pediu que eu fizesse outro morfológico na cidade vizinha, pois o que eu tinha feito, estava muito vago. Assim fiz, com 23 semanas fui até Divinópolis, cidade vizinha, para fazer o ultrassom, o médico ficou em silêncio o tempo todo e no final me perguntou se eu tinha consulta com a minha médica, pois ela teria que ver o ultra o mais rápido possível, confesso que fiquei sem saber o que o médico quis dizer com isso, mais para a minha sorte eu tinha uma consulta com ela, naquele mesmo dia, então fiz conforme o médico me disse, mostrei o ultra para ela e ela disse que realmente eu teria que passar por um médico especialista, pois até então, a falta de liquido era pela falta dos rins, que foi confirmada no ultrassom doppler, mais eu ainda não sabia. A consulta com a médica especialista foi marcada e durante a consulta ela viu meus ultrassons e depois de um tempo ela veio me dizendo que infelizmente os rins do meus bebê não tinham desenvolvido e que nesses casos, ele seria um bebê inviável e que se não morresse dentro de mim, também não sobreviveria ao nascer, que só Deus poderia fazer com que a minha história fosse diferente. Saí de lá inconsolável, perdida, sem saber o que pensar e como agir, chorei durante todo o trajeto de Divinópolis até Formiga, não queria acreditar que tudo aquilo estava realmente acontecendo, passei então a pesquisar sobre a ARB e entre tantas publicações vagas, encontrei o blog da Carol, Anjos sem Rins, foi através dele que fiquei mais por dentro da doença e ainda com esperanças de que o diagnóstico estava errado, começou enfim a nossa luta. Uma consulta com outra médica foi marcada, Dra. Marina era o nome dela, sempre muito atenciosa e prestativa a tirar todas as minhas dúvidas sobre a doença, foi ela que me deu a confirmação que eu tanto temia e depois de tentar relutar contra os acontecimentos, resolvi aceitar a realidade, mais sempre com uma ponta de esperança de que no final tudo daria certo. Tinha ido sozinha na consulta com a médica, e quando cheguei o Marcos já estava me esperando na rodoviária para me buscar, quando eu consegui explicar tudo que médica me disse, ele não aguentou, tentou disfarçar, mais a verdade é que não queria que o visse chorar, mais eu vi e como por impulso, nós 2 nos abraçamos e começamos a chorar ali mesmo, e pedindo a Deus que tudo fosse um mero engano dos médicos. Depois de tudo o que estava acontecendo conosco, resolvemos encarar os fatos de frente e foi naquele momento que decidimos levar a gestação adiante, mesmo sabendo que a possibilidade de interromper a gravidez existia, mais para isso teríamos que entrar na justiça, mais tirar a vida de um ser tão inocente, não cabia a nós e sim a Deus e entre idas a Divinópolis, ultrassons, exames e tudo mais que exigia um pré-natal, continuamos confiantes até onde Deus queria que fossemos. Depois que soube da agenesia em meu bebê decidimos não comprar mais nada, comprei só o necessário para levar para a maternidade e o que eu já havia comprado, resolvi guardar, na esperança de que meu bebê pudesse usufruir de tudo que compramos para ele com tanto amor e carinho. Fomos seguindo, ansiosos para saber a data do parto, porque, como o bebê estava sentado, parto normal foi descartado pela médica e com 33 semanas ela nos disse que o parto seria com 37 semanas, no dia 6 de maio e que antes disso, eu teria que passar por uma última consulta com a médica, assim fiz, estava tudo pronto para o dia do parto, o que eu não contava que é a data seria adiada e do dia 6, a data do parto foi para o dia 7 de maio às 8:00 hs da manhã. Depois de tanto esperar, o grande dia chegou, chegamos ao hospital na hora marcada e exatamente as 8:55 meu parto começou, não senti nada, tava um pouco nervosa, mais a presença do Marcos ali do meu lado me acalmou, e quando foi às 9:15, ouvi o choro mais lindo que jamais pensei em ouvir na minha vida, Era o meu LUCCA, que até então não sabia se era menino ou menina, mais depois de um tempo, me disseram que era um menino lindo, nasceu roxinho, acho que foi devido a falta de líquido, vi ele por por alguns segundos, pois teriam que levá-lo as pressas para a UTI, não pude ficar com ele e então o Marcos ficou todo tempo ao lado ele, até o momento em que ele deu o último suspiro as 11:15, 2 horas depois, meu pequeno estava nos deixando, a única coisa que sei, é que ele lutou muito pela vida, não desistiu nem por um segundo sequer, o Marcos via nos seus olhinhos que ele queria viver, mais as circunstâncias não deixaram que isso acontecesse. Apesar de todo dor, ele nos ensinou muita coisa, nos deu muitas alegrias e hoje lembro do meu pequeno com muito aperto no coração, mais feliz por Deus ter me dado a oportunidade de ter gerado um bebê tão lindo e que no fim só nos deu alegria. Ainda é muito recente para entender o propósito de tudo isso, mais de uma coisa eu tenho certeza, que seja lá onde você estiver, ele está olhando por nós e muito feliz, pois sua missão aqui na terra foi cumprida, foi rápida, mais foi intensa. Fiquei com ele por apenas 15 minutos, mais jamais esquecerei esse tempo que ele pôde ficar junto a mim, abraçá-lo, tê-lo em meus braços e dizer o quanto eu o amava. Hoje só ficou a lembrança e a saudade que eu e seu pai sentimos de você, dói muito, eu não vou negar, mais sei que está sendo muito bem cuidado pelo seus amiguinhos anjos e por Deus. Vamos seguir em frente, pois sabemos que era isso que você queria, mais com você sempre em nossos corações. Dizer que te amo é pouco, o amor que sentimos por você é bem maior que qualquer definição de Amor existente na terra!!! Você meu filho amado, não está mais conosco, mais sabemos que apesar de não estarmos juntos, você sente de uma forma especial o quanto eu e seu pai te amamos e desejávamos que você estivesse aqui!! E que um dia, que só Deus sabe quando, vamos nos reencontrar e à partir desse dia em diante, jamais iremos nos separar, ficaremos juntos por toda eternidade!!! Lucca, amor eterno, amor além da vida!!!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

2 anos do blog!

Aproveitando o soninho da minha pequena, passo por aqui rapidinho para dizer que... Nosso blog completou no último dia 12/04, 2 anos de existência.
Confesso que, se pudesse escolher não precisar criá-lo, com certeza assim seria. Mas, quem sabe não foi esse o propósito de Deus para minha vida? Quem sabe a vinda e partida do Arthur, para além de tudo o que aprendi, não foi para unir e amenizar o sofrimento de todas as famílias que vivenciaram a Agenesia Renal Bilateral e outros prognósticos incompatíveis com a vida humana?
A responsável por tudo isso... é a Lorena Azevedo. Foi ela quem primeiro me incentivou a criar um espaço para que, com o desespero inicial que a oligodramnia nos traz, pudéssemos ter um espaço de troca de informações e, mesmo que virtual, um ombro amigo para chorar a angústia de gerar um filho que será devolvido para Deus.
Como "presente" pedirei a um amigo que crie um novo layout para que o blog fique de "cara nova". E exclusiva! 
Agradeço à Fabiana, que hoje colabora para as postagens. E agradeço também à Tássia, que vem nos dando um suporte com sugestões sempre.
Mais uma vez, peço desculpas pela ausência... Meu sogro está com câncer na bexiga (olha aí o bendito aparelho urinário...), estou em processo de escrita de dissertação no Mestrado, voltei ao trabalho e sou uma mãe bem chata, que gosta de deixar tudo arrumadinho para que Cecília passe um dia tranquilo e feliz! Depois que ela dorme, vou organizar toda a sua rotina para o dia seguinte: cardápio, comidinhas, lanches, roupinhas, bolsa para sair (se preciso), entre outras questões de casa. Vida de Amélia moderna não é fácil...rs!
Compartilho aqui também a felicidade de ver minha filha completar seu primeiro aninho de vida, em 22/03/13! Fizemos uma pequena celebração na casa da minha sogra, para pouquíssimas pessoas, e ela curtiu bastante! 
Com grande alegria anuncio o nascimento da MARIA EDUARDA, filha da Gleice, mãe do anjo Bernardo, que partiu deste mundo em setembro/2010. Gleice mora num bairro próximo ao meu aqui no Rio e nos conhecemos pessoalmente. Uma família linda e cada vez mais abençoada!
Vou finalizando com um carinho muito especial a todas vocês... Estou sempre em oração pelas que passam pela angústia da gestação e separação do bebê ao nascer, pelas que se recuperam física e emocionalmente do pós-parto, por todas as "tentantes" que esperam em Deus um novo milagre da vida e por todas que já receberam esse novo milagre, como eu, para que tenham sabedoria em criar filhos nesse mundo tão lindo e complicado...
Papai Fabio e Cecília / FOTO: Jones Heiderich
São mais de 28.800 acessos ao blog, já visualizado em mais de 30 países. Acho que, de alguma forma, como gota no oceano, a gente contribui para acalentar o coração das famílias cujos bebês apresentam problemas renais... 
Agradeço imensamente o carinho, a parceria e as trocas! E, se precisarem, estou sempre por aqui...

Com carinho,
Carol


terça-feira, 26 de março de 2013

Tomara...



Tomara


Tomara que a neblina das circunstâncias mais doídas não seja capaz de encobrir por muito tempo o nosso sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer para ver também um bocadinho de céu.

Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem da confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor.

Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de busca a ideia da alegria.

Tomara que apesar dos apesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão da felicidade. Tomara.

Ana Jácomo

***Texto compartilhado/enviado por Tássia Regine

quinta-feira, 14 de março de 2013

Iaslamy...


Dia 02/02/2012 descobri que estava grávida, com 3 semanas após o resultado do beta fiz a endovaginal e o coraçãozinho já batia, com 13 semanas fiz a morfologia do primeiro trimestre, e estava tudo perfeito ele( até então tinha certeza que era um menino) já estava todo formadinho, nossa foi uma emoção tão grande que não sei nem explicar o que eu sentia, uma explosão de sentimento ao mesmo tempo.  Dia 08 de maio toda a família se organizou para ir para ultra para saber o sexo, nossa como estavam felizes, mas foi ai que começou minha luta, não conseguimos ver o sexo pois o liquido amniótico estava baixo, ILA6.0, fiz repouso e bebi muito liquido,  tomava 3 banhos de 40 minutos com a barriga submersa a água quente, depois de 10 dias refiz o enxame, o meu ILA tinha aumentado pra 6.25, mas o medico pode visualizar uma alteração no ventrículo lateral, nossa outra informação bombástica, com 21 semanas fiz a morfológica com doppler com um especialista em medicina fetal, ele começou a fazer o exame calado não falava nada, e eu cada minuto mais nervosa, quando tudo terminou ele olhou pro meu esposo e disse: e pai o caso e serio, não conseguir visualizar os rins do bebê nem a bexiga e já esta com hidrocefalia grave, desesperada perguntei logo se ele não podia fazer uma cirurgia intrauterino, ele disse que nos casos do rins não, que só Deus poderia mudar meu diagnostico, e que pelo exame , meu bebê não tinha chance nenhuma de vida, podendo vim a óbito na gestação ou quando nascesse. Saí desesperada, só queria ficar sozinha perguntando e questionando a Deus, porque isso estava acontecendo comigo, peço perdão a Deus e a meu bebê por todos os pensamentos que sentir, pois sei que ele sentia tudo, mas e muito sofrimento pensar e saber que ele ta crescendo dentro de mim e que não tinha chances nenhuma de sobreviver. Procurei um advogado pra entrar na justiça, pensando em interromper a gestação, mas quando cheguei em casa chorei muito, vi que não tinha direito sobre essa decisão  sei que não cair uma folha da arvore se não for da vontade de Deus, foi quando comecei minha pesquisa pela internet, pois até então tudo era novo pra mim, nunca tinha ouvido falar em Agenesia renal bilateral, foi ai que descobrir o blog da Carol “anjos sem rins”, Onde obtive força em continua com minha gestação adiante, pois descobrir que a minha pessoa não era a única a vivenciar uma situação tão difícil, agradeço a Deus todos os dias pois ele colocou anjos em minha vida Fabiana Pompeu, de onde tirei forças para continuar, Mamãe Tássia Regine também foi uma peça fundamental na minha vida pois vivia naquele momento tudo que eu vivia. Minha Gestação durou exatamente 40 semanas, no dia 09 de outubro de 2012 as 17h23 nasceu minha princesa Iaslamy, e nos deixou as 18h40 indo ao encontro do nosso Senhor, muitas saudades do meu anjinho, amor eterno.

Agradeço ao Senhor por ter me dado a chance de ser mãe da Iaslamy, e pela família linda que ele me deu. Obrigada família pela força foi essencial na minha luta.

***POSTAGEM FEITA POR FABIANA POMPEU, RESPEITANDO O TEXTO ENVIADO PELA MAMÃE ÉRICA.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Vinicius...


Vinicius... nosso grande Amor!! 

        Meu nome é Ana Claudia, tenho 24 anos, sou casada com Vanderlei ... Decidimos engravidar em 2011, parei o anticoncepcional em fevereiro.. Fiz todos os exames de preparação antes de partir de fato para as tentativas, resultados ok... Engravidei em julho/2011.Mas tive um aborto com 8 semanas. Foi bem ruim, tive q fazer curetagem, e esperar 3 meses pra voltar tentar de novo. Quando deu os 3 meses, fiz todos os exames de novo e mais um pouco pra garantir que desta vez daria tudo certo. Em dezembro/2011 fui liberada para tentar de novo, dia 27 maio2012, descobri a gravidez do Vinicius. Que dia feliz.. Imediatamente fui ao médico, as consultas, ultras, td sempre certinho ate a terceira consulta. Na quarta, quando eu estava com 18semanas, q era pra ver o sexo, foi q descobrimos o problema. Eu estava sem liquido nenhum. Absolutamente nada. O Vinicius estava bem, com tamanho e peso ideal. Mas nao dava pra ver quase nada na ultra, pela falta do liquido.Pensamos que talvez eu pudesse ter perdido e nao sentido, mas nao. A bolsa estava intacta! Como eu nao tinha perdido liquido, era o bebe q nao estava conseguindo produzi-lo. Foi ai  que o Dr deduziu que  ele nao tinha os rins. A visibilidade não permitia ver nitidamente os órgãos. Porém, as artérias renais também não eram vistas e elas não dependem do liquido amniótico para serem visualizadas. Essa é uma pista que pode indicar Agenesia Renal Bilateral(atenção mamães, essa é apenas uma “pista”, e pra ser diagnosticado Agenesia Renal tem que se analisar a situação num todo ok? juntando vários fatores.). Na mesma hora o medico já disse q ele não  tinha chances de sobreviver apos o nascimento. Isso foi dia 03 setembro. Nao acreditei, fui em outros 3 médicos, e as opiniões  foram a mesmas. Fiz até uma ressonância magnética fetal, único exame que pode confirmar a ARB.        Meu mundo parou naquele dia. Eu não queria acreditar... Me deram a opção de interromper a gravidez , na época com 20 semanas. Mas jamais isso me passou pela cabeça. Detalhe, ainda não sabia o sexo, só descobrimos na hora do nascimento! Eu sabia que enquanto ele estivesse na minha barriga, não estava sofrendo, então optei levar a gravidez ate onde fosse possível. Ele poderia vir a óbito ainda na barriga, ou imediatamente apos nascer. Minhas consultas passaram a ser semanais, pra acompanhar o bem estar dele. Decidi por dar chance a ele de escolher quando fosse a melhor hora pra ele vir ao mundo,chance de ele nascer com dignidade, de conhecer o papai, a família dele... mesmo sabendo q eu não o teria comigo por muito tempo quis q todos aqueles q me acompanharam, que torceram por nós q amaram o Vinicius tivessem a honra de conhece-lo. Eu o amei muito, dei muito carinho, conversei com ele todos os dias como se ele já estive do lado de fora da minha barriga. Curti muito a gravidez. Como estava sem liquido, fiz repouso quase absoluto pra q ele tivesse o maior conforto possivel na minha barriga. Fiz todo o possível pra que ele sentisse o quanto era amado e desejado por todos... Procurei me manter sempre tranquila, saudável pra ele ficar bem. Apesar da agenesia, tive uma gravidez tranquila. Meu parto era pra ser entre dia 16-20 de janeiro. Mas na madrugada do dia 11 janeiro,com 37 semanas de gestacao, entrei em trabalho de parto em casa. Passei o dia tendo contrações. E a noite fui pro hospital.Ele decidiu que era chegada a hora. Nosso gurizinho nasceu as 22:31.. 

Pesquisei tanto sobre gravidez, sobre o problema dele, passei hoooras na internet lendo. E foi numa dessas pesquisas que encontrei o blog Anjos sem rins. Foi muito bom ler todos os relatos, eles me ajudaram a ter forcas pra conseguir seguir em frente.Nao me sentia mais sozinha. Sempre perguntava pro Dr como seria quando ele nascesse, se ele ia conseguir chorar (porque pela falta do liquido o pulmão não tinha se desenvolvido), se ia nascer bem...O Dr disse q dificilmente ele ia conseguir chorar. Que ia precisar de oxigenio imediatamente...Mas ele chorou!!! Que alegria ouvir o chorinho dele! nunca vou esquecer, foi a unica vez que ouvi o choro dele, a voz do meu pequeno. Parece q ele chorou somente pra me dar a alegria e a lembranca dele...que vontade eu tive de levantar e abracar meu pequenino naquela hora...  Ele nasceu com 2,665 e 48cm. Meu marido ficou com ele o tempo todo na uti... e eu, devido a cesarea nao pude nem levantar. Tava doida pra ir logo conhecer meu amor, mas infelizmente as 5:00am o pediatra veio dar a pior noticia do mundo pra mim. Um pedaço  de mim se foi naquela hora... eu quis morrer. Não tive coragem de ir vê-lo sem vida. Eu nao ia conseguir pega-lo e depois devolvê-lo para sempre...  Preferi ficar com a lembrança  dele na minha barriga, dos nossos momentos com juntos dele ainda com vida. De quando eu acordava de madrugada com ele mexendo sem parar e não conseguia voltar a dormir rsrs, mas meu marido filmou o parto, tirou fotos dele q tenho sempre comigo e hoje guardo com muito carinho. Posso dizer, que ele me ensinou o que é amor eterno. O quanto agente pode amar incondicionalmente alguém que nem cheguei a ver pessoalmente. Um amor que chega a doer...  Aprendi a valorizar mais os pequenos momentos felizes da vida, a ter paciência, e principalmente, a amar ainda mais meu marido, minha família, sem eles eu não teria conseguido. Sofri muito, ainda sofro, a saudade é enoooorme, mas hoje estou bem melhor.Pelo Vinicius, resolvi me reerguer,e continuar a vida. Essa falta e saudade vai ser eterna,  assim como meu amor por ele .O dia 11 janeiro de 2013 foi pra nós o mais Feliz , nosso amor se materializou naquele ser perfeito.. Meu conselho para quem está passando por isso: AMEM seus bebes, curtam a gravidez ao máximo. Aproveitem cada minuto que estiverem juntos. Tenham certeza que esses pequenos guerreiros sentem todo nosso amor por eles... Vinicius, mamãe e papai te amam eternamente!



*POSTAGEM FEITA POR FABIANA POMPEU, RESPEITANDO O TEXTO ENVIADO POR ANA CLAUDIA.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Sofia...

Me nome é  Cintia tenho 33 anos, sou casada e mãe de uma princesa Ana Carolina. Em abril de 2012 descobrimos que estava grávida de nosso segundo filho, foi uma alegria só, embora não planejado passou a ser muito desejado. A principio tudo estava dentro do esperado até chegarmos as 11 semanas quando após um UGS para ver a  translucência nucal apontou-se  uma diminuição de LA, foi quando começamos a nos preocupar. Com 14 semanas repetimos o UGS para tentarmos ver o sexo do bebê, mais não foi possivel devido ao LA ter diminuido ainda mais, a médica que o fez disse estar preocupada porque o liquido aminiótico é fundamental para o desenvolvimento do bebê, olhou mais detalhadamente e disse que parecia que os rins estavam dilatados e que provavelmente partia dai a redução do liquido! Procurei meu GO no mesmo dia, pediu pra que tomasse um medicamento para placenta e voltar a fazer outro UGS 15 dias depois, com outra médica para podemos ver se houve melhora. Como foi dificil passar esses 15 dias, uma tristeza sem tamanho me consumia, tinha tanto medo que acontecesse o pior......Bom, com 16 semanas fomos faze-lo de novo, foi quando percebemos que infelizmente o que mais temiamos estava acontecendo, tivemos a triste noticia de que nosso bebê tinha um rim multicístico e o outro displásico ambos rins não tinham função, e o LA ja era zero! Seus rins embora presentes não funcionavam, nenhum, foi um choque, foi nessa ocasião que descobrimos que era um menina, nossa Sofia! Foi o periodo mais dificil de minha vida, como é triste saber que nosso filho não vai ter chance nenhuma de viver. Fiquei dias me perguntando pq tinha que passar por tudo isso, tinha medo de como seria a gestação, se chegaria até o fim, enfim medo de tudo que uma mãe possa ter!! Quando voltei em consulta com meu médico, ele me explicou como provavelmente seria, e que infelizmente nada poderia ser feito, e que provavelmente ela teria hipoplasia pulmonar pela falta do liquido o que ha impossibilitaria de respirar ao nascer, todo  mês iamos ao  UGS para ver como estava Sofia. Bom foi quando comecei a entender que tinha que ser forte para lidar com tudo, pq ja tinha uma filha que tb precisava de mim.  E foi assim que os meses passaram cada vez que mais Sofia crescia e adquiria o peso de uma criança normal. Seus batimentos eram exatos, e mexia bem, (bem dolorido mais mexia) Meu obstetra foi ótimo todo o tempo, embora eu tivesse  tantos porque, em cada consulta ele me fazia  sentir mais segura, as vezes ele falava que seria melhor que tudo acontecesse rápido pra não passarmos por um parto tão doloroso, mais eu não queria de jeito nenhum , queria que minha filha nascesse viva a ideia dela morrer em minha barriga era o fim pra mim, queria que ela vivesse nem que fosse por 1 minuto!  Nas ultimas semanas a ansiedade me consumia, minha pressão começou a subir, foi quando percebi que estava chegando ao fim, chorava com tudo........Quando completei 36 semanas  num sábado, comecei a sentir dores estranhas que nunca havia sentido, ela começaram apertar a noite e ficando de 10 em 10 minutos, liguei pro médico ele disse que não era hora ainda, mais mesmo assim fui ao hospital, realmente não tinha dilatação tomei um medicamento que parou as contrações e fomos para casa, passei o domingo e a segunda-feira ótima, mais a noite elas voltaram e ficaram mais frequentes agora eram de 3 em 3 minutos, voltei pro hospital, agora ja tinha 2 dedos de dilatação. tomei o mesmo medicamento que havia tomado no sabado mais não teve jeito, ela queria mesmo nascer. Esperava ter outra ceserea, a ideia de parto normal nem passava por minha cabeça, principalmente porque ela não tinha conseguido encaixar. Mais não é que ela encaixou!!! de madrugada ela mexeu tanto que conseguiu se virar e na segunda as 9:37 da manha ela nasceu de parto normal, foi entubada,  como foi forte minha florzinha, não me lembro muito de como ela nasceu, acho que a anestesia me deixou sonolenta, sei la, sei que nasceu e viveu só 23 minutos! Meu marido e eu resolvemos não ve-la. Isso é uma das coisas que mais me consomem hoje em dia, queria ter visto a Sofia, me arrependo tanto, choro muito por isso, tenho uma fotinho dela, que guardo como um bem valioso!! Quando paro pra pensar nela penso em como foi bom te-la comigo, mesmo que por tão pouco, ela nos ensinou tanto, percebi como podemos amar tanto, sem nem mesmo te-la visto, como podemos ser tão fortes mesmo sendo tão frágeis. A vida tem sempre coisas a nos ensinar! Meu marido se mostrou ser um excelente companheiro, esteve comigo em cada passo que dei, sou muito grata pelo seu apoio tão amoroso. Os amigos tb foram fundamentais para minha recuperação, nossa casa não ficava vazia nunca, como foi bom te-los por perto todo o tempo. Percebi também como Deus nunca nos abandona e como Ele nos faz fortes para suportamos as coisas a frente......Minha esperança se  baseia no conhecimento que tenho da bíblia, de que muito em breve poderei ver minha pequena Sofia, poder pega-la em meus braços pela primeira vez e dizer que "Saudade querida" "como fez falta em nossa vidas". 
Cada dia dou um passo, mais com essa expectativa bem viva em meu coração, e continuo vivendo sabendo que embora agora somos 3 em casa, no futuro seremos 4 novamente ou 5 quem sabe???? kkk  Bom é isso, mesmo a Sofia não tendo o mesmo diagnóstico me identifiquei muito com o blog, pq mesmo tendo os rins foi como se não os tivessem. Foi ótimo conhecer pessoas tão queridas como a Fabiana, Tassia e recentemente a Ana Claudia, que caminharam comigo esse tempo todo, obrigada meninas!!!!!! meu email é bezerracintia@hotmail.com, me coloco a disposição para conversar. 

***POSTAGEM FEITA POR FABIANA POMPEU, respeitando literalmente o texto enviado pela mamãe Cintia.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Maria Luíza: anjinha de LUZ!...


No dia 22/06/12 recebemos o diagnóstico de agenesia renal bilateral. Foi extremamente difícil aceitar, a dor não cabia no peito, as lágrimas transbordavam a todo instante em meus olhos... E a pergunta: Por que eu?
Logo descobrimos que a nossa bebê não pertenceria a este mundo, nem mesmo a nós, que nunca a teríamos em nossos braços. A agenesia renal bilateral é uma doença raríssima e incompatível com a vida humana.
Sabíamos que você viveria entre nós por pouco tempo, por poucas horas ou por poucos minutos. Implorava a Deus que confortasse o meu coração e me fizesse aceitar a sua vontade.
No dia 16/10/12 às 14h15min nasceu mais um anjo, chamada Maria Luíza, pesou 2.500 kg, viveu entre nós apenas por duas horas. Foi batizada na maternidade pela a sua avó materna (Tereza Morais). Nossa princesa não tinha nenhuma má formação por fora, linda e perfeitinha.
Deus foi muito generoso comigo, pouco tempo antes do parto, estava muito tranquila, recebi uma força divina inexplicável. Me senti como disse minha querida amiga Fabiana Pompeu: “ Você se sentirá carregada no colo” e foi exatamente essa sensação que tive!
O pós-operatório foi tranquilo, sem nenhuma complicação, me recuperei muito bem da cirurgia. Não tive dilatação suficiente para tentar o parto normal.
Durante as 37 semanas que essa anjinha viveu em meu ventre descobri o verdadeiro significado das palavras FORÇA E AMOR. Os momentos foram mágicos e inesquecíveis. A alegria em senti-la viva movimentando dentro de mim e ao mesmo tempo a tristeza, pois saberia que em breve estaríamos nos despedindo, devolvendo-a para Deus.     Foi com esse amor que continuei com minha gestação a diante, não quis antecipar o parto, deixei Deus decidir o momento, permiti que ela ficasse comigo e que valeria a pena seguir..

Apesar da dor pela sua perda, agradeço a Deus por ter escolhida para gerar essa anjinha de LUZ, chamada Maria Luíza, minha princesa Malú.
Bom, acredito que Deus nos escolheu para cumprir essa missão. Ela também teve uma missão: ENSINAR A AMAR. Minha princesa é um raio de muita luz, ela veio, mas logo se foi... Mas, sua breve passagem na terra deixou tanto amor, muitos ensinamentos, lembranças e muitas saudades... Saudades que viverão pra sempre em nossos corações.
Hoje sinto-me mais forte para enfrentar situações difíceis. Aprendi que a vida é feita de momentos, bons e ruins e que tudo passa, e que NADA acontece conosco sem a permissão de Deus, confio que ele tem propósitos para nossa vida... procurei aceitar as vontades dele.
Agora não sinto a dor da sua perda, meu coração está em paz, sinto saudades, são inevitáveis, choro quando tenho vontade, mas sem desespero... Ficaram os momentos únicos e as boas lembranças de tê-la comigo.
Quero agradecer especialmente a Fabiana Pompeu, colaboradora do blog. A conheci através do blog anjos sem rins. Foi uma pessoa que me ofertou palavras de superação, otimismo e forças. Você foi meu porto seguro nesses momentos difíceis. Serei eternamente grata a você. Agradeço todos os dias pela sua amizade.
Parabenizo a Carol pela brilhante iniciativa em criar este blog, percebemos que há outras famílias que vivenciam também o mesmo sofrimento que o nosso, e percebemos que não estamos sozinhos e podemos trocar vivências, ofertar e receber letras de carinho.
Deus permitiu que essa anjinha vivesse em meu ventre, ela me ensinou o AMOR ETERNO.
“Toma-o o Senhor, agora meu bebê é seu, inteiramente teu”.

Meu nome é Tássia Regine (tassiamorais@gmail.com), escolhida entre muitas mulheres para ser MÃE DE UM ANJO chamada Maria Luíza.
Me coloco à disposição para ajudar famílias que passaram pelo diagnóstico de Agenesia renal bilateral. Atualmente estou realizando uma pesquisa científica sobre as causas da doença.

***Postagem feita por Fabiana Pompeu, respeitando o texto enviado pela mamãe Tássia Regine.